sábado, 30 de abril de 2011

Os mestres iniciados por Takata

George Araki
Ursula Baylow
Phyllis Lei Furumoto (neta de Takata)
John Gray
Bárbara McCullough
Paul Mitchell
Dorothy Baba
Rick
Beth Gray
Bockner
Mary McFadyen
Iris Ishikuro
Fran Brown
Bethel Phaigh
Harru Kuboi
Shinobu Saito
Barbara Weber Ray
Wanja Twan
Patrícia Bowling
Bárbara Brown
Ethel Lombardi
Virgínia Samdahl

Kay Yamashita (irmã de Takata)

Em 12 de dezembro de 1980 Takata faleceu, e suas cinzas foram enterradas no templo budista de Hilo. Reuniram-se os vinte e dois mestres, e resolveram reestruturar e dar continuidade, a “American International Reiki Association – AIRA"” com sede na Flórida. Alguns mestres, após divergência, criaram uma segunda associação, denominada “The Reiki Alliance”.

Johnny De’Carli – Reiki Universal

O Reiki no Ocidente, por Hawayo Takata


Nascida na Ilha das Flores de Kawai, Havaí, arquipélago anexado em 1898 ao território dos EUA, filha de componeses imigrantes japoneses, o casal Kawamuru, Hawayo recebeu seu nome em homenagem à grande ilha, adicionando à última letra o “o”, que em sua língua, designa o nome de meninas.
Hawayo Kawamuru era filha de imigrantes japoneses, trabalhadores agrícolas, e não fora favorecida com uma estrutura física tão forte quanto a de seus pais: era esbelta, tinha menos de 1,50m de altura, mãos frágeis, olhos vivos e alegres.

Hawayo pedia a Deus que lhe permitisse fazer com as suas mãos algum outro tipo de trabalho que não fosse ligado à atividade agrária.
Hawayo trabalhava como bóia fria na cultura de bambu e de cana de açúcar, e posteriormente, por volta de 1914, nas férias escolares, lecionava para alunos do 1º grau numa escola religiosa. Trabalhou também em um balcão de bebidas gasosas em Lihue, e depois em uma mansão colonial de uma elegante senhora, onde permaneceu por vinte anos, chegando a ser governanta e comandando os 20 funcionários da residência. Em 10 de março de 1917, Hawayo Kawamuru casou-se com Saichi Takata, um jovem contador que trabalhava na mesma residência e juntos tiveram duas filhas. Entretanto, em 1930, com apenas 34 anos de idade, seu marido morreu de câncer no pulmão. O excesso de trabalho, necessário para manutenção da sua família, além da depressão e dos sérios problemas psicológicos, afetaram seriamente sua saúde e, aos 35 anos, Hawayo tinha desenvolvido problemas pulmonares e um tumor abdominal.
Durante a ausência de seus pais que, após 40 anos, tinha retornado a Yamaguchi, Japão, para um período de férias de um ano, uma das irmãs de Takata, recém-casada, e com somente 25 anos, morreu de tétano. Sensível, Hawayo percebeu ser a notícia muito triste para ser dada aos pais pelo correio, e assim, Takata resolveu comunicar pessoalmente a notícia, ocasião em que aproveitaria para tratar de sua saúde na Clínica Maeda, em Akasaka, onde seu marido havia sido tratado antes de falecer.
Em 1935, lá no Japão, após 10 dias e noites de viagem de barco, foi descoberto que Takata estava com um tumor abdominal, além de pedras na vesícula e problema no apêndice, razão pela qual seu estômago doía todo o tempo, impedindo-a de andar erguida.
Takata foi internada para se submeter a uma cirurgia. Já na sala cirúrgica, minutos antes da operação, Hawayo ouviu uma voz várias vezes afirmando: “a operação não é necessária”. Sentiu então que haveria um outro modo de curá-la. O médico, ao ser comunicado do “aviso”, cancelou a operação e indicou-a para um tratamento de Reiki na clínica Shina no Machi, do Dr. Hayashi, onde começou a receber tratamento diário e em quatro meses estava totalmente curada; havia ganho 5 quilos e parecia estar dez anos mais jovem.
Durante o tratamento, Takata não entendia como as mãos daquelas pessoas que a tratavam podiam esquentar tanto e chegou a procurar pilhas escondidas nos reikianos.
Hawayo inclinou-se a aprender o Reiki, que , no entanto, na sociedade japonesa, era tesouro reservado aos homens e inacessível a pessoas estrangeiras. Depois de ter tido seu primeiro pedido rejeitado, após usar o forte argumento de ter de ajudar os imigrantes japoneses nipo-americanos, foi-lhe dada a permissão de aprender o Reiki, concordando em permanecer no Japão e trabalhar na clínica de Reiki todos os dias ao longo daquele ano. Takata ficou hospedada com a família do Dr. Hayashi, e recebeu o primeiro nível de Reiki na primavera de 1936. Ela tratou de muitos casos diferentes, com sucesso, e aprendeu que para tratar do efeito seria preciso remover a causa.
Cumpridas com êxito, as exigências impostas para o primeiro nível, Takata recebeu o terceiro nível e ficou devendo quinhentos dólares. Voltou em seguida ao Havaí, até então, sem a intenção de profissionalizar-se no Reiki. Em outubro de 1936, instalou-se com a sua família em uma casa em Hilo, na Avenida Kilauea, onde, durante 10 anos, funcionou seu primeiro consultório.
Hawayo recebeu em sua casa a visita do Dr. Hayashi e de sua filha, os quais, durante seis meses, permaneceram no Havaí, proferindo palestras e dando demonstrações sobre o Reiki.
Em fevereiro de 1938, antes de Hayashi deixar o Havaí de volta ao Japão, comunicou a seus alunos que Takata, a partir daquele momento, era mestra de Reiki e estava autorizada a transmitir a técnica. Era ela a sétima mestra do séc. XX no mundo; e a primeira mulher no Ocidente, permanecendo única até o ano de 1970.
Podemos dizer que o Dr. Hayashi era um místico: ele pôde sentir que uma guerra entre o Japão e EUA era iminente e, como reservista da marinha, não poderia conciliar o fato de ser mestre de Reiki e ter de servir novamente às forças armadas.
Em 1940, Takata sonhou com seu mestre Hayashi, vestido com um quimono de seda branca; Takata ficou inquieta e resolveu ir ao Japão para ver Hayashi. quando chegou ao Japão, Hayashi falou-lhe sobre a guerra, quem seria o vencedor , o que deveria fazer e onde deveria ir para evitar os perigos da condição de cidadã nipo-americana com residência no Havaí. Todas as previsões se confirmaram e ocorreram visando proteger a divulgação do Reiki.
Quando todas as providências necessárias à preservação do Reiki, foram tomadas, o Dr. Hayashi reuniu a família e os demais mestres, nomeou Takata como a sucessora do Reiki e comunicou a todos os presentes que o seu desencarne ocorreria em torno das 13:00h daquele mesmo dia.
Às 13:00h o Dr. Hayashi adentrou a sala e anunciou a todos a ruptura de uma das artérias do seu coração, e após alguns minutos, a ruptura da segunda. Sua transição ocorreu tal qual anunciara: sentado à maneira tradicional japonesa, fechou os olhos e deixou seu corpo conscientemente entre os amigos. Vestia o mesmo quimono que Takata vira no sonho que a levara ao Japão.
Em 1941, incluindo a senhora Chie Hayashi, havia somente cinco professores vivos de Reiki.
Takata tornou-se uma poderosa curadora e introduziu o Método Reiki no mundo ocidental, constatando, de acordo com o que já havia lhe sido passado pelo Dr. Hayashi, que todas as pessoas que eram iniciadas, gratuitamente, no Reiki, não percebiam a grandeza do método, razão pela qual, não lhe davam o devido valor. Passou a estipular preços, aceitando a orientação do Dr. Hayashi, para a iniciação nos diferentes níveis do Reiki.
A fim de ter uma melhor compreensão dos aspectos físicos e técnicos da anatomia humana, Hawayo Takata cursou a Universidade nacional de Medicina e Medicamentos (National College of Drugless Physicians), em Chicago.
Durante trinta anos, ministrou cursos e curou pessoas, garantindo, assim, a divulgação do Reiki no mundo; nesse período sentiu necessidade de passar a totalidade dos ensinamentos do Reiki e, então, para impedir uma monopolização do Reiki, iniciou vinte e dois mestres, recomendando-lhes respeitar a liderança de sua neta Phyllis Lei Furumoto, sucessora de Takata, e dando-lhes permissão para formarem novos grupos após a sua morte.

A Continuidade do Trabalho, por Chujiro Hayashi


Chujiro Hayashi, nascido em 1878, veio de uma família de pessoas bem educadas que somava riqueza considerável e condição social. Doutor em medicina e comandante da Marinha Imperial Japonesa, falava inglês, e aos 49 anos, já na reserva da Marinha, procurava um modo de ajudar os outros, quando, em uma de suas palestras, conheceu o Dr. Usui e, por ser jovem e estar aposentado, passou a viajar com ele, acompanhando-o em seu trabalho de cura e ensinamentos. Hayashi foi um dos mais devotos alunos de Mikao, tendo se envolvido profundamente com a prática do Reiki e recebido todos os ensinamentos.


Por volta de 1920 a 1930, o Dr. Usui, sentindo que a sua vida chegava ao fim, comunicou aos demais mestres que Hayashi era a pessoa escolhida para continuar seu trabalho, designando-o seu sucessor. Hayashi assumiu a responsabilidade de difundir a técnica formando novos mestres e assegurando que o Reiki continuasse como ele havia praticado. Assim, o Dr. Hayashi foi o segundo Grand Reiki Master.
O doutor em Medicina, Hayashi consciente da importância do método preservou o conhecimento deste e fundou a primeira clínica de Reiki em Tokyo, próximo ao palácio imperial; a clínica continha oito leitos onde, em cada um, dois reikianos tratavam as pessoas e seus problemas. Naquela época os riscos cirúrgicos eram muito grandes, já que a penicilina só foi difundida para o mundo após 1945. Hayashi, em sua clínica, não teve apoio financeiro do governo, mas consegui mantê-la por mais de vinte anos, graças à ajuda daqueles que podiam pagar seus tratamentos e aos excelentes resultados que obtinha. A clinica chegou a ser reconhecida como uma alternativa válida para todos os tipos de problemas.
A clínica não só curava, como ensinava aos novos discípulos a prática do método, e ao novos terapeutas saíam também para curar as pessoas que não podiam se locomover.
Hayashi manteve detalhados comprovantes de tratamentos, produziu uma ampla documentação que demonstra que o Reiki encontra a fonte dos sintomas físicos e revitaliza o corpo na sua totalidade.
Essas informações foram usadas por ele para repensar as posições da aplicação e sistematizar os níveis de Reiki. Ele denominou essa técnica de Usui Reiki. Somente após a tarefa do Dr. Hayashi, o Reiki ficou estruturado, permitindo que todas as pessoas deste planeta possam utilizá-lo sem conhecimentos prévios especiais.
Sabemos que Hayashi era um homem prático e bastante criterioso, que muito trabalhou em sua clínica, tornando-a famosa, próspera, inclusive sendo visitada até pelo imperador japonês.
Em 1938, o Dr. Hayashi, como militar, pressentiu que uma grande guerra estava começando e que muitos homens faleceriam; decidiu então dar o mestrado à sua esposa e à Sra. Hawayo Takata.
Chujiro Hayashi faleceu numa terça-feira, 10 de maio de 1941, tendo elegido antes a Sra. Takata para dar continuidade à propagação do Reiki, no Japão e em outras partes do mundo, convindo lembrar que, naquela ocasião, havia somente cinco mestres vivos e dentre eles, a sua própria esposa Chie Hayashi.

Inicio da Divulgação Reiki

O próximo passo de Mikao Usui era colocar o Reiki em prática, da melhor forma possível. Depois de algumas semanas de permanência com os monges no mosteiro, onde o assunto foi bastante discutido, resolveu levar sua descoberta além dos muros do mosteiro.
Decidiu que iria trabalhar em bairros pobres, onde pessoas não tivessem condições financeiras para tratarem de seus problemas de saúde com médicos herboristas e acupuntores. Tornou-se vendedor ambulante de verduras em cestos, a fim de sobreviver e encontrar as pessoas e, em seguida, familiarizou-se com os mendigos de Kyoto e com todas as pessoas marginalizadas pela sociedade de sua época, visando torná-las mais felizes, produtivas e dignas.
Sua intenção era curar os mendigos e pedintes para que eles pudessem receber novos nomes no templo e reintegrarem-se a sociedade. Curou, primeiro, os mais jovens e habilidosos e mandou-os buscar trabalho na cidade para que pudessem viver melhor: fez a mesma coisa com os mais velhos e orientou-os para que ganhassem sua vida sem mendigar. os resultados foram atingidos e muitos se curaram totalmente.
Cumprida essa etapa, pôs-se a percorrer as cidades e aldeias repletas de indigentes e enfermos, ajudando-os com a técnica que detinha. Durante três anos trabalhou junto aos alienados da sociedade e depois dessa peregrinação pelas cidades e aldeias do Japão, voltou a Kyoto onde, para sua decepção e tristeza, constatou que muitos daqueles que havia ajudado e induzido a se manterem com trabalho honesto, haviam voltado à mendicância, nas mesmas condições anteriores de miséria. Intrigado, perguntou-lhes porque, podendo trabalhar não o faziam. Responderam-lhe que era mais fácil mendigar do que esforçar-se no trabalho.
Naquele momento compreendeu que o esforço realizado para beneficiar o próximo com o que dedicara tantos anos de sua vida, para investigar e descobrir e doar, não fora suficiente; ele se deu conta que havia curado o corpo físico dos sintomas mas não havia ensinado a eles como apreciar a vida com um novo modo de viver. Descobriu que aquelas pessoas não tinham aprendido nada quanto à responsabilidade e, acima de tudo, quanto à gratidão. Percebeu então que a cura do espírito, como pregada pelos monges, era tão importante quanto a cura do corpo, uma vez que, com aplicação de Reiki só havia validado e ratificado a condição de pedinte naquelas pessoas. A importância da troca de energia tornou-se clara para ele: as pessoas precisavam dar de volta aquilo que receberam ou a vida para eles seria destituída de valor.
Nessa ocasião, O Dr. Usui criou os cinco princípios do Reiki.
Mikao deixou o trabalho com pedintes e resolveu ensinar àqueles que desejavam saber mais: ensinava a seus discípulos como curar a si mesmo e dava a eles os princípios do Reiki para ajudá-los a alcançar a harmonia dos corpos físico, emocional, mental e espiritual.
Mikao Usui praticava o método Reiki imbuído somente de ideais amorosos. O Reiki, até então, consistia apenas no uso da energia, os símbolos sagrados e o processo de iniciação.
Mikao, após sua peregrinação, caminhando por todo o Japão e convidando todas as pessoas que sentiam tristeza, depressão e dor física para assistirem as suas palestras sobre Reiki, foi condecorado pelo imperador do Japão por suas curas e ensinamentos praticados com ideais amorosos. Antes de falecer, em 9 de março de 1926, Mikao Usui deu o mestrado do conhecimento de Reiki a dezesseis pessoas, pelo mesmo método tradicional milenar, o “método boca a boca”, e entre os contemplados, destacou o Dr. Chujiro Hayashi para ser seu sucessor, repassando a ele a responsabilidade de transmitir e manter intacta a tradição Reiki.

Os Cinco Princípios de Reiki

Esses foram os princípios deixados pelo Dr. Mikao Usui para serem transmitidos ao longo do tempo:
· Apenas hoje, não se irrite.
· Apenas hoje, não se preocupe.
· Apenas hoje, agradeça suas bênçãos e seja humilde.
· Apenas hoje, ganhe a vida honestamente.
· Apenas hoje, seja gentil e amável com todos os seres vivos.

Os Primeiros Milagres Reiki


Quando o transe que trouxe a visão acabou, o Dr. Usui sentiu-se bem, sem fome, cheio de energia, forte e em total plenitude, a ponto de conseguir caminhar de volta ao mosteiro. Estava bem diferente dos últimos momentos que precederam o final dos vinte e um dias de meditação. Não sentia os esforços do retiro e do jejum. E com entusiasmo, levantou-se e começou a descer a montanha; esse foi o primeiro milagre da manhã.
Durante a descida da montanha, na pressa de voltar com suas recentes revelações ao mosteiro Zen onde vivia, Mikao acidentou-se, tropeçando em uma pedra, machucando bastante um dedo do pé que passou a sagrar e doer muito; instintivamente, Mikao impôs as mãos e em pouco tempo, a dor passou e a hemorragia parou: esse foi o segundo milagre. Usui tinha consigo a chave da harmonização que tanto havia procurado. O terceiro milagre deu-se durante o caminho de regresso ao mosteiro, quando parou em uma pousada para fazer uma refeição. O homem, já velho, que o atendeu, vendo o comprimento de sua barba e ao estado de suas roupas, compreendeu que estivera em jejum durante um longo período e o encorajou a comer um tipo especial de broa, face ao perigo de quebrar-se um jejum com comida muito farta. O Dr. Usui recusou a sugestão e pediu o café completo; sentado em um banco sob uma árvore, fez sua refeição sem nenhum problema de indigestão (este foi o terceiro milagre).
Mikao percebeu que a neta do homem que o tinha servido chorava, e que, uma parte do seu rosto estava inchado e avermelhado. perguntou-lhe o que estava acontecendo, e a garota responde-lhe que estava com dor de dente a três dias e o avô era muito pobre para levá-la a um dentista em Kyoto. O monge ofereceu-se para ajudar e tocou o lugar que doía. O quarto milagre aconteceu à medida que a dor e o inchaço desapareceram.
Após 25 quilômetros de caminhada, ao chegar ao monastério Zen, o Dr. Usui soube que seu amigo, o abade ancião, estava de cama com um doloroso ataque de artrite, mal que o afligia há muitos anos. Mikao foi visitar o amigo e, enquanto falava de suas experiências com o monge, colocou as mãos sobre a área afetada e muito rapidamente as dores desaparecem. Comunicou ao monge que encontrara aquilo que procurava há tantos anos, contou-lhe sobre a meditação e a visão, e denominou a energia que lhe havia aplicado de Reiki.
Novamente foi encorajado pelo abade, e após alguma discussão, decidiu trabalhar a sua descoberta junto aos mendigos na cidade de Kyoto.

A Meditação de Mikao Usui


Em 1908, no Japão, Mikao Usui decidiu empreender um período de jejum e meditação de vinte e um dias, como faziam os antigos mestres, a fim de purificar-se para receber uma visão que o esclarecesse. Deixou então o mosteiro, e retirou-se no Monte Kurama, a montanha sagrada, localizada a aproximadamente 25km de Kyoto, levando os Sutras encontrados por ele no Tibete e, apenas, um cantil de pele de cabra com água e vinte e uma pedras que lhe serviram de calendário, lançando a cada dia uma pedra. Enquanto os dias passavam, Mikao, em absoluto jejum, sentado próximo a um pinheiro, ouvindo o som de um riacho, passou a meditar, orar, entoar cânticos, ler os Sutras e pedir ao Criador que lhe desse o discernimento necessário para o uso dos símbolos.
O jejum e a meditação ampliaram as fronteiras de sua consciência, e na madrugada do vigésimo primeiro dia, Mikao teve uma visão, onde vislumbrou uma intensa luz branca que o golpeou de frente, projetando-o para fora do corpo e, sentindo a consciência profunda em comunicação com o seu “Eu” mental, ao abrir totalmente sua consciência, pôde ele ver muitas luzes em formas de bolhas coloridas contendo em seu interior, símbolos sagrados, e, através da comunicação que estava recebendo , foi-lhe dada a compreensão dos significados e a utilização dos mesmos.
Naquele momento, Mikao recebia a sua iniciação, o conhecimento de como utilizar os símbolos e como ativar o poder em outras pessoas, resgatando assim o método milenar de terapia.

Mikao Usui – A Re-descoberta do Reiki

Durante 7 anos, Mikao Usui peregrinou à procura das Antigas escrituras nas bibliotecas e de monastério em monastério. Entretanto, toda vez que se aproximavam abades budistas, dirigia-se a eles e perguntava se tinham conhecimento de alguma fórmula sobre as curas realizadas por Buda, tendo sempre recebido a resposta que, naquele momento, estavam muito ocupados com a cura do espírito para poder se preocupar com a cura do corpo. depois de muitas tentativas, chegou a um monastério Zen e, pela primeira vez, foi encorajado por um velho abade que concordou que poderia ser possível curar o corpo como Buda já havia feito; e, ainda, que se havia sido possível uma vez, haveria a possibilidade de se descobrir novamente a fórmula da cura. Mas, informou-lhe que por muitos séculos, toda a concentração havia sido feita na cura do espírito.

Mikao Usui, nasceu no Japão em 1865. Apesar de não se possuir qualquer registo oficial detalhado, a verdade é que a sua história foi repassada de boca-em-boca, de geração em geração, de mestre a discípulo, permanecendo envolta de muito mistério. É igualmente verdade que alterações foram feitas com o passar dos anos, aliás com o intuito de que o método fosse introduzido no Ocidente, principalmente no que concerne à sua formação profissional e à sua espiritualidade; entretanto, a essência que pode ser melhor descrita com uma lenda, é conhecida por ter sido repassada de geração a geração.


Mikao Usui, tornou-se num padre católico. Além de sacerdote cristão, leccionava e era reitor de uma pequena universidade cristã em Kyoto (Japão), a Doshima University.
Usui ouvia e lia muitas histórias sobre Jesus, que no passado, pelo uso das mãos e uma técnica específica, proporcionava curas, milagres e ajudava outras pessoas com suas habilidades metafísicas; curioso, observava que grande parcela das pessoas eram infelizes e improdutivas, assoladas por estados depressivos e doentios, situações que o induziram ardentemente a conhecer também as habilidades curativas.

Um dia, durante uma discussão com um grupo de seminaristas que concluíam sua formação, perguntaram ao Dr. Usui se ele acreditava literalmente na Bíblia. Quando respondeu que sim, seus estudantes o lembraram das curas promovidas por Cristo. Esses estudantes mencionavam palavras de Cristo: “Você fará como eu tenho feito, e mesmo as grandes coisas”.


Queriam saber por que não existiam no mundo de hoje, outros curadores da mesma maneira que Cristo agia, já que Ele dissera aos apóstolos para “curarem os doentes e levantarem os mortos”: se isso é verdade, ensine-nos os métodos, questionaram os alunos; queremos saber como aquelas curas poderiam ser realizadas hoje também. Disseram-lhe que não era suficiente eles acreditarem, queriam ver como Jesus realizava a cura, com os seus próprios olhos. Mikao Usui não podia dar as respostas às dúvidas procedentes dos estudantes porque não as possuía, porém, não podia ficar sem as respostas, nem para si, nem para os estudantes. Usui não tinha como ensinar a fórmula da harmonização do corpo tal como Jesus transmitira a seus discípulos: ele simplesmente tinha fé nas escrituras. Assim, Dr. Usui permaneceu calado, pois pela tradição japonesa ele tinha sido ultrajado em sua honra como professor e reitor em virtude de não ter respondido às perguntas de seus discípulos. Nesse dia, pediu demissão de suas funções e determinou-se a encontrar as respostas para esse grande mistério.
Como a maioria dos seus professores haviam sido missionários americanos e os estados unidos eram um país predominantemente cristão, ele decidiu iniciar seus estudos na Universidade de Chicago, no seminário teológico, facilitado pelo intercâmbio cultural da dinastia Meigi.
Em 1898, Mikao viajou para os EUA onde estudou Teologia, cristianismo e a Bíblia e após sete anos de estudos doutorou-se em Teologia. Estudou línguas antigas para ler as antigas escrituras, inclusive o chinês e sânscrito, a mais antiga língua indiana. Depois desse longo período de estudos, não encontrando suas respostas, decidiu que deveria continuar suas pesquisas em algum outro lugar.
Naquele momento, atinou para o fato de que Gautama Buda (620 – 543 a.C.) também era conhecido por suas curas em cegos, em doenças como a tuberculose, a lepra, entre outras e resolveu, assim, retornar ao Japão a fim de pesquisar mais sobre as curas realizadas por Buda, na esperança de achar a chave da cura.
A base do budismo ficava em Nara, porém, em Kyoto, havia cerca de 880 templos e mosteiros, e até um templo Zen que possuía a maior biblioteca budista do Japão, onde poderia pesquisar as escritas nos Sutras sobre as curas de Buda.

Mikao decidiu que ia estudar os Sutras no Tibete, e já que dominava bem o sânscrito, viajou para a índia, e em uma de suas pesquisas num antigo manuscrito de um discípulo anônimo de Buda, em sânscrito, encontrou os 4 símbolos sagrados da fórmula usada por Buda para curar.
Os Sutras, escritos há a mais de 2.500 anos, accionavam uma energia poderosíssima que poderia levar a um ilimitado poder de cura; no entanto, uma simples fórmula, sem as explicações de como usar, e a devida capacidade de ativação, não lhe traziam a habilidade de curar.